quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Da série "Casos de Família"... a história das batatinhas crocantes

Há pouco tempo atrás, falei por aqui de saudade... saudade de épocas da minha vida e saudade da minha querida vovó Tereza. Não tem como não ver uma coisa relacionada à outra. Porque sem dúvida nenhuma, a época da casa da vovó Tereza foi uma das melhores épocas das nossas vidas. Falo “nossas”, porque estou incluindo toda a família Russo. Fomos imensamente felizes por ali e vivemos momentos inesquecíveis naquela casa que deixaram uma saudade sem dúvida muito maior do que seu espaço físico.
Tantas histórias... e muitas delas, se eu não tivesse vivido e participado como protagonista, poderia jurar que era mentira...
Vovó Tereza sempre foi uma mulher incrivelmente querida por todos. Não era de se assustar. Sempre muito cheia de vida e de alegria e com um papo que dava gosto de ouvir. Ela sempre recebia muitas visitas. E em um dia especial, uma das visitas da vovó acabou se tornando coadjuvante de uma história protagonizada por mim, pela minha irmã, pelos meus primos e pelos cachorrinhos também, é claro.
O almoço já havia sido servido. Não me lembro bem o cardápio. Só me lembro das batatinhas fritas. E sei também, que todos já tinham almoçado. Estávamos arrumando a cozinha, coisa que na maioria das vezes fazíamos mais por obrigação do que por vontade. Eu sei que tem muito tempo. Mas algumas lembranças desse dia, ainda parecem muito recentes em minha memória.
Na casa da vovó sempre teve muitos cachorros. Buzuca, Pilt, Belinha, Meguinha, Tiquinha... nem sei se todos eles estavam vivos naquela época. Mas diferentes do Dinho, o meu cachorro, por exemplo, eles sempre foram criados apenas a base de ração. Rolava uma carninha, um angu às vezes, mas apenas isso. Nada de empolgar demais achando que cachorro pode comer comida de gente. Só que nesse dia, como nós estávamos no comando da cozinha, nos sentimos a vontade para quebrar essa “regra”.
Sabe a única coisa que eu disse que me lembrava do cardápio? Sim, as batinhas... então, elas haviam sobrado e carinhosamente, por nós, iriam virar uma espécie de prêmio para os cachorros.
Mas lembra que minha avó recebia muitas visitas? Então... rs
Nesse dia, uma visita resolveu chegar para almoçar, digamos que quase no horário do lanche da tarde. Minha avó fez questão de descrever o cardápio pra ela, e claro, falou das batatinhas...
Só que as batatinhas já estavam nas vasilhas dos cachorros. Junto da ração. E eles, já estavam começando a se animar.

A nossa reação?
Como falar pra visita que as batatinhas tinham acabado?
Como falar que as batatinhas estavam nas vasilhas dos cachorros?
Como fritar mais batatinhas?

A saída?
Pegar de volta das vasilhas dos cachorros e devolver para o pirex de onde elas nunca deveriam ter saído. E depois disso, observar a reação da visita para saber o que ela iria achar das batatinhas...

O resultado?
Lembra que eu disse que algumas lembranças desse dia ainda parecem muito recentes em minha memória? Então, vou resumir com uma frase da nossa atriz coadjuvante:
“Hum! Como essas batatinhas estão crocantes Tê.”

Confesso que hoje, relembrando essa história, me achei muito sacaninha naquele dia. Mas que muito mais do que rir da situação, naquele momento ficamos com uma peninha enorme dos pobres cachorrinhos que ficaram sem suas batatinhas...

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